DUPLA: RODRIGO E MARTHA - BLOG DESTINADO AO CURSO: FORMAÇÃO DE FORMADORES PRESENCIAIS DA EGOV

sexta-feira, 1 de julho de 2011

MEMORIAL DE FORMAÇÃO - MARTHA G. ARANTES SAMPAIO

Meu nome é Martha, cresci em uma casa com um grande quintal, na Vila Planalto, colhia frutas, plantava árvores, jogava queimada, andava de bicicleta, sempre apreciando o nosso cerrado.

                               Cerrado

 Meus pais vieram de Minas para a construção da cidade. Vislumbrando o sonho de Dom Bosco vimos nossa cidade se concretizar e se desfigurar...
                               Ipê amarelo

Passava minhas férias em Uberlândia, na casa da minha vó, na fazenda de minha tia/madrinha, próxima à Monte Alegre de Minas, terra do abacaxi. Visitava também Vila Boa de Goiás, (antiga capital de Goiás), no hotel de outra tia/madrinha.
                               Cachoeira Edu Guedes

Estudei em escola pública até a 7ª série do ensino fundamental. Cursei magistério na escola Nossa Senhora de Fátima, “conheci” São Francisco, grande ecologista.  Antes mesmo de concluir o curso atuei como auxiliar na Educação Infantil e, na primeira à quarta série como substituta por dois anos, em escola particular. Fiz o curso do Método de Maria Montessori, em São Paulo, durante o mês de janeiro, sacrifiquei minhas férias do convívio prolongado com minha vó, tias, tios, e primas, primos. Era regra da escola para assumir a alfabetização na educação infantil, ter larga experiência ou ter curso específico. Trabalhei por seis anos como professora alfabetizadora. 
                               Encontro Rio São Francisco (Foz) com o mar

 Nessa escola tínhamos alguns materiais concretos do Método Montessori e elaborávamos inúmeros outros. O método de alfabetização era individualizado, as listas de palavras eram cuidadosamente escolhidas para serem ricas (universo vocabular infantil), as crianças iam progredindo de acordo com o seu ritmo de aprendizagem.   Havia a palavra chave, onde por silabação várias palavras eram montadas em fichas, no tapete, copiadas no caderno, desenhadas, lidas para mim (professora ou para a prof.ª auxiliar), só mudavam de palavra-chave, se cumprissem bem às referidas tarefas, aos poucos iam formando frases, histórias! Era a maravilhoso ver o encantamento. É importante lembrar que sentávamos em círculo para fazer a partilha, conversávamos sobre o que mais gostaram de fazer naquela tarefa, novidades em geral ( passeios, resultados de jogos etc) e fazíamos exercícios psicomotores na linha da sala, hora rítmica, ( havia um círculo pintado no chão). Realizávamos exercícios ao ar livre: com corda, bola, no parquinho, na amarelinha. A escola, propiciava, em inúmeros, sábados, momentos para estudos, aprofundamentos ... No último ano em que trabalhei lá, a escola optou por usar um material em forma de apostila, método tradicional. Foi um retrocesso no meu ponto de vista.
“...visão crítica de educação, portanto da alfabetização, é o da necessidade que temos, educadoras e educadores, de viver, na prática, o reconhecimento óbvio de que nenhum de nós está só no mundo.Cada um de nos é um ser no mundo, com o mundo e com os outros.. Viver ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educador ou educadora.significa  reconhecer nos  outros- não importa se alfabetizandos ou participantes de cursos universitários;se alunos de escolas ( ...  ) – o  direito de dizer a
sua palavra.” ( FREIRE,Paulo. A importância do ato de ler.São Paulo ,Cortez,2003.)
                                          Parque olhos d'Água

Graduei-me em Geografia pelo CEUB, prestei concurso para a Secretaria de Educação pelo IDR, aguardei por três anos para ser chamada, pois muitos entravam como contrato especial e “ganhavam” a vaga. Trabalhei em Planaltina, Paranoá e no Plano Piloto. Em turmas quinta série do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, como professora, coordenadora e assistente de direção. Na rede batalhamos pela ampliação da coordenação pedagógica, momento privilegiado de estudo, discussão, elaboração e acompanhamento do Projeto Político Pedagógico. Fiz curso de especialização em Gestão da Educação, pela UnB. Quando iniciei minha carreira na rede pública, todos os professores independente do tempo de serviço, recebiam o mesmo salário. A diferenciação era a chamada classe A, professores com nível médio; B, licenciatura curta e C, licenciatura plena. Foi com muita luta que conquistamos nossos planos de carreira.
                                             Parque Olhos d'Água

Estou bem contente com a participação no nosso curso. Estou estreando na EAD. Tenho enfrentado muita resistência à tecnologia.
Quero agradecer a Olga, a Rita e a todos colegas, a valiosa oportunidade que o curso nos proporcionou.
Ficou comprovada a teoria que Lev Vygotsky defendia: é no convívio social que realmente aprendemos. Em nossos fóruns ficou evidenciado a riqueza de comentários e como a convivência virtual nos fez parceiros na busca de explorar as leituras com reflexão crítica para repensar a nossa prática na busca do aperfeiçoamento do trabalho na EGOV.

E com muita felicidade e acreditando na construção coletiva que quero fazer parte da nova política de formação da nossa EGOV.
                                    Caliandra

OBS:
    -  Participei do convênio da Secretaria de Educação com a UnB para a formação de professores (PIE – Projeto nota 10)
        Sempre gostei de viajar e muitas vezes fui a Congressos, promovidos pela AGB,    ( Associação de Geógrafos do Brasil), da CNTE( CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO), além de Simpósios e Conferências.
       Ao longo dos anos, também cursei outros tantos cursos de extensão, aperfeiçoamento, promovidos pela UnB, SEE, SINPRO ...

Para fechar com uma música de Chico Nogueira:

Virar mar*

Voa o suave canto doce dessa gente
Que busca a luz da estrela e é ciente

De que o destino da água é virar rio
E depois, no mar, todo rio virar mar, virar
Vir a amar
Virar mar

Divina água da vida que nos tem saciado
Nos leve agora no barco deixado pelo mestre da vida
Que a todos filhos quer em união
Luz, paz, e amor em todo coração
Virar mar, virar
Vir e amar
Virar mar

*Chico Nogueira, Cia. mambembrincantes, CD mecedina.

Um comentário:

  1. Ei, Martha, você e o Rodrigo formaram uma dupla muito inspirada. Gostei demais desse passeio por aqui. Tanto pelos textos, quanto pelas ilustraações.Parabéns!!!

    Grande abraço.

    Joana Eleutério

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