DUPLA: RODRIGO E MARTHA - BLOG DESTINADO AO CURSO: FORMAÇÃO DE FORMADORES PRESENCIAIS DA EGOV

segunda-feira, 4 de julho de 2011

MEMORIAL DE FORMAÇÃO - RODRIGO PEREIRA LEITE

Meu nome é Rodrigo Pereira Leite, nasci em Brasília aos vinte três dias do mês de março do ano de mil novencentos e oitenta quatro ( tenho 27 anos). Cresci parte da minha infância no Rio de Janeiro, longe dos meus pais. É importante frisar que sempre tive uma relação saudoda com esta cidade maravilhosa.
                                           Cidade maravilhosa

Aos 11 anos retornei a Brasília e fui residir na cidade, Cruzeiro Novo-DF, e foi ali que cresci, solto no meio da rua, brincando de bola, correndo pelas quadras e sempre me divertindo. Nunca gostei muito de morar aqui em Brasília pela falta de opções de lazer, o que temos aqui é boate, barzinho ou churrascos de finais de semana. Sem falar que aqui tenho a sensação de estar em uma cidade solitária e fria, pode ser até pelas dimensões das ruas (eixo monumental, por exemplo) largas e soltas. Porém aos poucos fui me acostumando e , hoje em dia, já consigo viver amistosamente por aqui.
                                          Cruzeiro Novo - DF

Minha formação no ensino fundamental e médio foi toda cursada no colégio CIMAN, localizado no Cruzeiro e na Octogonal. Lembro de um episódio que me marcou muito: em uma prova de geosgrafia foi feita uma pergunta sobre a questão da abolição da escratura com os Quilombo dos Palmares, aí respondi com uma música da banda Natiruts chamada "Palmares 1999". Resultado: acertei a questão. Era uma questão com uma única resposta, mas através da música conseguir responder corretamente. Lembro-me dos meus colegas falando e rindo: - "Esta cara é muito louco, responde com uma música e acerta a questão." Até hoje rio com meus amigos deste acontecimento.

Sempre fui voltado para a área de humanas. Entrei na UNB através do PAS e lá fui cursar Letras-Portugûes. Antes disso, é bom frisar que fiz com uma psicológa um teste de aptidões e o resultado foi mais para área de humanas, mais especificamente a área que envolva linguagem. Na UNB, foi um dos momentos mais gostosos da minha vida, aprendi de tudo e até hoje sinto saudade daquela época. A riqueza dos conhecimentos adquiridos ali foi maravalihoso. Foi na UNB que me apaixonei de vez pela literatura, poesia e língua portuguesa. Lá, aprendir a gostar de: Gabriel García Marquez, Charles Baudelaire, Hegel, Paulo Freire, entre outros pensadores.
                                          Minhocão - UNB
                                     

Aos 22 anos idades, entrei no serviço público, vindo trabalhar na Escola de Governo do Distrito Federal para ministrar o curso de "Português na Prática" a servidores do GDF. Foi um desafio enorme e muito enriquecedor e contribuiu muito para meu crescimento. Nunca tinha trabalhado com adultos e aqui na EGOV, aprendi a lidar com este tipo de público. Apliquei muitos conceitos aprendidos na UNB em minhas aulas de português, dando uma aula mais para o lado da linguística do que para o lado da gramática tradicional. Acabei fazendo uma junção destas duas ciências para melhorar a formação linguística dos meus alunos. O resultado foi de extrema importância para minha qualificação profissional, pois o aprendizado foi mútuo (alunos e professor) e muito valioso para mim.

Atualmente, aceitei o desafio de trabalhar na EGOV como Gerente de Logística (Material e Patrimônio), desenvolvendo um trabalho de muita valia para mim e espero com isto evoluir na minha carreira como servidor público e aprender, SEMPRE e SEMPRE, visando fortalecer o GDF.


Agradeço a todos colegas do curso - Formação de Formadores presenciais - e ,em especial, a Profª Olga pela rica contribuição do que aqui foi estudado para a minha formação profissional.

Encerro aqui meu memorial de formação com duas poesias: uma de minha autoria, feita em homenagem ao nascimento do meu filho, e outra de Vinícius de Moraes, um dos meus poemas preferidos.


Ao meu filho Lucas:

SONETO DA CHEGADA

Lá do alto da montanha numa cachoeira
Mamãe d'água me contou
Que dos rios de seus cabelos
Nasceria um grande amor.

Um amor verdadeiro, divino e fortificador
Só agora entendi e compreendi
O que é o amor de um filho
Amor de Deus-Pai Todo Poderoso, o Criador.

Uma sementinha navegou e atravessou
Vales, rios, mares e oceanos
Dentro do ventre de uma flor.

No dia 26 de julho de 2009
Uma odisséia começou
Ali nascia Lucas, o menino-luz, o encantador.

(Rodrigo Leite)
05 de outubro de 2009.

Ausência


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Vinícius de Moraes
Rio de Janeiro, 1935

sexta-feira, 1 de julho de 2011

MEMORIAL DE FORMAÇÃO - MARTHA G. ARANTES SAMPAIO

Meu nome é Martha, cresci em uma casa com um grande quintal, na Vila Planalto, colhia frutas, plantava árvores, jogava queimada, andava de bicicleta, sempre apreciando o nosso cerrado.

                               Cerrado

 Meus pais vieram de Minas para a construção da cidade. Vislumbrando o sonho de Dom Bosco vimos nossa cidade se concretizar e se desfigurar...
                               Ipê amarelo

Passava minhas férias em Uberlândia, na casa da minha vó, na fazenda de minha tia/madrinha, próxima à Monte Alegre de Minas, terra do abacaxi. Visitava também Vila Boa de Goiás, (antiga capital de Goiás), no hotel de outra tia/madrinha.
                               Cachoeira Edu Guedes

Estudei em escola pública até a 7ª série do ensino fundamental. Cursei magistério na escola Nossa Senhora de Fátima, “conheci” São Francisco, grande ecologista.  Antes mesmo de concluir o curso atuei como auxiliar na Educação Infantil e, na primeira à quarta série como substituta por dois anos, em escola particular. Fiz o curso do Método de Maria Montessori, em São Paulo, durante o mês de janeiro, sacrifiquei minhas férias do convívio prolongado com minha vó, tias, tios, e primas, primos. Era regra da escola para assumir a alfabetização na educação infantil, ter larga experiência ou ter curso específico. Trabalhei por seis anos como professora alfabetizadora. 
                               Encontro Rio São Francisco (Foz) com o mar

 Nessa escola tínhamos alguns materiais concretos do Método Montessori e elaborávamos inúmeros outros. O método de alfabetização era individualizado, as listas de palavras eram cuidadosamente escolhidas para serem ricas (universo vocabular infantil), as crianças iam progredindo de acordo com o seu ritmo de aprendizagem.   Havia a palavra chave, onde por silabação várias palavras eram montadas em fichas, no tapete, copiadas no caderno, desenhadas, lidas para mim (professora ou para a prof.ª auxiliar), só mudavam de palavra-chave, se cumprissem bem às referidas tarefas, aos poucos iam formando frases, histórias! Era a maravilhoso ver o encantamento. É importante lembrar que sentávamos em círculo para fazer a partilha, conversávamos sobre o que mais gostaram de fazer naquela tarefa, novidades em geral ( passeios, resultados de jogos etc) e fazíamos exercícios psicomotores na linha da sala, hora rítmica, ( havia um círculo pintado no chão). Realizávamos exercícios ao ar livre: com corda, bola, no parquinho, na amarelinha. A escola, propiciava, em inúmeros, sábados, momentos para estudos, aprofundamentos ... No último ano em que trabalhei lá, a escola optou por usar um material em forma de apostila, método tradicional. Foi um retrocesso no meu ponto de vista.
“...visão crítica de educação, portanto da alfabetização, é o da necessidade que temos, educadoras e educadores, de viver, na prática, o reconhecimento óbvio de que nenhum de nós está só no mundo.Cada um de nos é um ser no mundo, com o mundo e com os outros.. Viver ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educador ou educadora.significa  reconhecer nos  outros- não importa se alfabetizandos ou participantes de cursos universitários;se alunos de escolas ( ...  ) – o  direito de dizer a
sua palavra.” ( FREIRE,Paulo. A importância do ato de ler.São Paulo ,Cortez,2003.)
                                          Parque olhos d'Água

Graduei-me em Geografia pelo CEUB, prestei concurso para a Secretaria de Educação pelo IDR, aguardei por três anos para ser chamada, pois muitos entravam como contrato especial e “ganhavam” a vaga. Trabalhei em Planaltina, Paranoá e no Plano Piloto. Em turmas quinta série do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, como professora, coordenadora e assistente de direção. Na rede batalhamos pela ampliação da coordenação pedagógica, momento privilegiado de estudo, discussão, elaboração e acompanhamento do Projeto Político Pedagógico. Fiz curso de especialização em Gestão da Educação, pela UnB. Quando iniciei minha carreira na rede pública, todos os professores independente do tempo de serviço, recebiam o mesmo salário. A diferenciação era a chamada classe A, professores com nível médio; B, licenciatura curta e C, licenciatura plena. Foi com muita luta que conquistamos nossos planos de carreira.
                                             Parque Olhos d'Água

Estou bem contente com a participação no nosso curso. Estou estreando na EAD. Tenho enfrentado muita resistência à tecnologia.
Quero agradecer a Olga, a Rita e a todos colegas, a valiosa oportunidade que o curso nos proporcionou.
Ficou comprovada a teoria que Lev Vygotsky defendia: é no convívio social que realmente aprendemos. Em nossos fóruns ficou evidenciado a riqueza de comentários e como a convivência virtual nos fez parceiros na busca de explorar as leituras com reflexão crítica para repensar a nossa prática na busca do aperfeiçoamento do trabalho na EGOV.

E com muita felicidade e acreditando na construção coletiva que quero fazer parte da nova política de formação da nossa EGOV.
                                    Caliandra

OBS:
    -  Participei do convênio da Secretaria de Educação com a UnB para a formação de professores (PIE – Projeto nota 10)
        Sempre gostei de viajar e muitas vezes fui a Congressos, promovidos pela AGB,    ( Associação de Geógrafos do Brasil), da CNTE( CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO), além de Simpósios e Conferências.
       Ao longo dos anos, também cursei outros tantos cursos de extensão, aperfeiçoamento, promovidos pela UnB, SEE, SINPRO ...

Para fechar com uma música de Chico Nogueira:

Virar mar*

Voa o suave canto doce dessa gente
Que busca a luz da estrela e é ciente

De que o destino da água é virar rio
E depois, no mar, todo rio virar mar, virar
Vir a amar
Virar mar

Divina água da vida que nos tem saciado
Nos leve agora no barco deixado pelo mestre da vida
Que a todos filhos quer em união
Luz, paz, e amor em todo coração
Virar mar, virar
Vir e amar
Virar mar

*Chico Nogueira, Cia. mambembrincantes, CD mecedina.